Tendências

Análise: The Starship Damrey





Muitos de nós conhecemos o típico jogo de aventura ocidental. O seu gênero mais conhecido é o point-and-click, e foca-se nos elementos típicos de juntar elementos no ecran para progredir na história. Mas o gênero japonês, que tem raízes nas Visual Novels, é menos prevalente, mais criativo, e raramente traduzido e publicado na Europa. Mas por vezes, entre títulos de grande budget, com gráficos sumptuosos e design filmecos, vem algo estranho e desconhecido. É o caso de The Starship Damrey, da coleção Guild02 da produtora Level-5, que traz uma aventura algo irregular à portátil da Nintendo.




A primeira coisa que se lê no ecran, assim que se inicia o jogo, são as palavras “Este jogo não contêm tutoriais ou explicações. Parte da experiência é descobrir as coisas por si mesmo.” Isto inicia uma estranha viagem através do jogo mais original de ficção cientifica que joguei nos últimos tempos. Inteiramente na perspectiva de primeira pessoa, o jogador acorda dentro de uma cápsula sobrevivente dentro da nave Damrey, que se encontra sem qualquer tipo de suporte de vida ou tripulação viva, através da indicações no ecran. Sem maneira aparente de abrir a cápsula, uma pequena exploração dos computadores dentro da mesma dá acesso a robots de segurança, através dos quais se torna possível explorar a nave em detalhe. E a partir desse momento, pequenos detalhes da história são mostrados ao jogador a pouco e pouco. Mortes misteriosas da tripulação, acontecimentos inexplicáveis, alucinações fantasmagóricas, entre outros, polvilham o jogo com interesse suficiente para que mantenha um mistério constante, e um ambiente rodeado de um misto de terror e suspense.


O grafismo é básico, algo primário, que mantêm o ambiente de terror do jogo e ajuda a que elementos importantes se distingam entre os demais, mas acaba por pecar na repetitividade dos corredores da nave, que fazem com que o jogador se perca facilmente, mesmo com um mapa a ajudá-lo no ecran inferior. As animações primárias, juntamente com a jogabilidade básica e explorativa, dá ao jogo um aspecto clássico, mas nem sempre ideal. A particularidade das descobertas é o que o mantêm interessante, devido a esta ser uma das experiências mais lógicas e experimentais dos últimos tempos. Tudo prossegue através da lógica do jogador, em vez de tentativas incessantes com elementos básicos, o que o coloca acima da maior parte dos jogos de aventura. O desafio é diferente dos demais, mas longe de ser para todos.


Uma aventura estranha e exemplar, The Starship Damrey prova que ainda há espaço para criatividade, experimentalismo e jogos que arriscam criar algo menos fácil e convidativo. Torna-se difícil recomendar aos demais, sendo uma experiência reservada a todos os que quiserem algo absolutamente diferente.



Escrito por

Alexandre Vieira
Apaixonado pelo mundo dos videojogos e principalmente Jrpgs e fã da serie Final Fantasy.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
header ads
header ads
header ads